A dor ainda pulsa forte. O empresário Edson Honorato, pai da jovem Vitória Caroline de Oliveira Honorato, falou com exclusividade ao site Ivinotícias sobre a longa espera por justiça e os três anos de sofrimento desde o assassinato brutal de sua filha, então com apenas 15 anos.
“A gente achou que demorou muito... mas queremos justiça. Porque tanto o juiz é pai, como os jurados são pais. Eles vão entender o que passamos.”, disse, emocionado.
A entrevista foi concedida para o site Ivinoticias no bairro Triguenã, onde Edson vive, a poucos metros do local onde Vitória foi morta e próxima do cemitério onde ela foi sepultada.
“Todo dia a gente passa ali e lembra. Se fosse por mim, já tinha ido embora, mas minha esposa quis ficar. Ela vai ao cemitério quando bate a saudade. É difícil. A gente vive com isso todo dia.”
Sobre o julgamento, Edson comentou a expectativa da família, “Ela era uma menina estudiosa, trabalhadeira, nunca deu trabalho. Agora só nos resta esperar o júri, porque ela não volta mais. Mas que a pena seja justa, para servir de exemplo.”
O CASO VITÓRIA
Nesta quinta-feira (24/04), às 8h30, ocorrerá no Fórum de Ivinhema o júri popular dos acusados pelo assassinato da jovem Vitória. O caso, que abalou o município e ganhou repercussão nacional, terá julgamento sob comando do juiz Rodrigo Barbosa Sanches.
Os réus Nilton Fernandes de Souza e Lucas da Silva Cordeiro enfrentarão acusações de:
· Homicídio Qualificado (Art. 121, §2º - incisos I, III, IV e VI):
o Motivo torpe,
o Meio cruel,
o Emboscada,
o Feminicídio.
· Ocultação de cadáver (Art. 211 do Código Penal).
Segundo a investigação conduzida pelo delegado Felipe Alvarez, Vitória foi assassinada no dia 29 de janeiro de 2022 e seu corpo escondido em um brejo. Os suspeitos eram vizinhos e amigos de infância da vítima. Um deles confessou o crime e a motivação teria sido ciúmes.
“Infelizmente, essa adolescente foi vítima de feminicídio, com motivação clara e brutalidade extrema”, afirmou o delegado na época.
Na ocasião, outros dois indivíduos chegaram a ser detidos por possível envolvimento. Um terceiro acusado ainda aguarda julgamento em separado.